Inovação
Desde sua criação as organizações empresariais se vêm pressionadas para atingir resultados. E a inovação a cada momento se torna uma ferramenta essencial para alcance dos mesmos. Mas o que é inovação? De que forma ela deve estar presente nas estruturas empresarias? E qual o papel dos empresários nesse quesito?
A palavra inovação remete um pensamento a algo que seja novo, encontrar alguma coisa que ainda não se tenha conhecido. Podendo acontecer de diversas formas seja através de um novo produto, novas formas de operações, conquistas de novos mercados, implantação de tecnologias, criação de novas instituições ou estabelecimentos.
Mas a busca pelo novo vem acompanhada de desafios sendo estes tecnológicos, dificuldades do mercado ou até mesmo a sorte e o acaso se fazem importante nessa trajetória. Um caminho com incertezas. Incertezas essas, que são essenciais no processo da inovação, sejam elas primárias ou secundárias. Tjalling Koopmans (1957).
De acordo com Tjalling Koopmans (1957), a incerteza primária vem ligada a fatos imprevisíveis, a secundária refere-se a tomada de decisões, considerando a impossibilidade de descobrir planos ou decisões que sejam executados por outros, caso esses não os exponham. No entanto Williamson (1975) cita uma terceira incerteza, a dita comportamental, aquela que vem atrelada ao oportunismo.
A inovação é um processo que requer uma resposta do meio externo, buscando saber se essas mudanças e alterações serão aceitas e absorvidas pelo mercado. É também importante observar se as organizações estão preparadas para utilizar as variações que serão necessárias nesse processo. Pois o tamanho das mudanças e os graus de incertezas serão elementos primordiais para se entender quais as inovações tendem a ser adequadas para se atingir o objetivo desejado.
Os mecanismos usados nos caminhos da inovação, não são simples, e atingir o sucesso desejado com essa mudança exigem condições que são diferentes de um caso para o outro. Não se tendo uma fórmula mágica para o alcance, mais sim a junção de tecnologia, economia, ideias e soluções que se fazem necessárias para que aconteça uma inovação de forma eficiente.
Para Joseph Schumpeter as inovações ou sejam, novas soluções são criadas de modo espontâneo pelos empresários. Pessoas que conseguem ver oportunidades, vencem obstáculos para a realização de novos empreendimentos que sejam lucrativos. Mas, mais do que apenas o lucro, anseiam por alcançar um domínio pessoal.
No entanto os empresários e organizações para realizarem as inovações precisam de recursos financeiros que lhes proporcionarão o poder de compra. Quando não possuem tais meios necessitam obtê-los que geralmente são providos por instituições financeiras. A injeção desses créditos no mercado logo ocasionará efeitos os quais atingirão várias classes, sendo empresários, fornecedores, trabalhadores, consumidores. Tornando assim um efeito cascata. Pois todas as classes estão indiretamente interligadas.
Logo as consequências das inovações serão percebidas, mudanças nos custos dos produtos fornecidos, possibilidades de maior concorrência em mercado, maior obtenção de lucros que proporcionarão a quitação de créditos adquiridos. Por isso a necessidade de estar à frente, pois organizações não preparadas para tais mudanças, tendem a desaparecer pois seu equilíbrio estará ameaçado.
Percebe-se então que após essa aceitação as incertezas tendem a desaparecer, como um sentimento de dever cumprido. No entanto as alterações no mundo empresarial serão concretas, e em imediato aparecerão novos produtos relacionados, novos seguidores de tendências, aumento de ofertas, a busca pelo novo equilíbrio. Causando assim um ciclo vicioso, sempre necessário a ser vencido.
Enfim, o ambiente empresarial, requer criatividade, mudança ou até mesmo conservação daquilo que tenha dado certo, desde que consiga protege-lo e torná-lo sempre necessário. A sobrevivência está atrelada a persistência. Vencimento de incertezas, entendimento de mercado e necessidades. Busca constante de inovações. Em primeiro momento conseguir um equilíbrio, sobreviver. Permanecer nele o tempo que for necessário para depois poder atingir aquilo que se almeja. Uma caixa cheia de surpresa, inconstâncias, por depender em grande parte de fatores externos que podem ser por sua vez imprevisíveis.
Patrícia Fátima Rodrigues Pereira
Sócia Fundadora – Soma Contabilidade Ltda
Referências:
KOOPMANS, TC, 1957, Três ensaios no estado da ciência Econômica, (McGraw-Hill, Nova York).
SCHUMPETER, JA, 1934 Theory of economic development, (Harvard University Press Cambridge, MA).
WILLIAMSON, OE, 1975, Markets and hierarchies (Free Press New York).